quarta-feira, 14 de maio de 2008

Apresentação do Projeto

Atenção: Esse blog ainda está em fase experimental, o projeto ainda aguarda aprovação no comitê de ética.





Discalculia do desenvolvimento em crianças de idade escolar: triagem populacional e caracterização de aspectos cognitivos e genético-moleculares

Fernanda de Oliveira Ferreira

Professora Assistente do Departamento de Educação da Universidade Federal de Ouro Preto. Mestre em Psicologia, aluna de doutorado, Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e do Adolescente, UFMG

Vitor Geraldi Haase

Professor Adjunto, Coordenador do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento, Departamento de Psicologia, FAFICH - UFMG, Orientador do Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e do Adolescente, Faculdade de Medicina, UFMG


O que é a discalculia?

A discalculia é um distúrbio que afeta a habilidade de cálculo mental, compreensão conceitual da nomenclatura matemática e o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático.

A discalculia afeta entre 3 e 6% da população em idade escolar, equiparando-se quanto à prevalência à dislexia, como um dos transtornos de aprendizagem mais freqüentemente observados .

Quais as características das crianças com discalculia?

dificuldade para lidar com as 4 operações aritméticas: adição, subtração, multiplicação e divisão

falta de habilidade ao contar

limitação na transcodificação de fatos aritméticos: elas são capazes de compreender a matemática representada simbolicamente (3+2=5), entretanto têm dificuldades ao responder a questão:

Maria tem três balas e João tem duas.

Quantas balas eles têm no total?


dificuldade no armazenamento da memória de curto prazo e nas funções executivas: não conseguem lidar com grande quantidade de informação de uma vez só e nem as automatizam

dificuldade no processamento viso-espacial: elas são inseguras ao posicionar os números de uma operação na folha de papel; freqüentemente fazem contas ‘apertadas’ no cantinho da folha

capacidade de entender os conceitos matemáticos concretos, porém tem extrema dificuldade em trabalhar com números, símbolos matemáticos, fórmulas e enunciados.

dificuldade na memória de longo prazo (esquece o que é para fazer no dever de casa)

persistência na utilização na utilização dos dedos durante a contagem mesmo quando esse método é considerado inadequado e ultrapassado pelos pares



Como o professor pode ajudar os alunos com discalculia?

uso de calculadora e tabela de tabuada para a realização dos exercícios propostos

uso de caderno quadriculado

incentivo à visualização do problema pela criança, através de desenhos, e depois à representação mental.

elaboração de questões claras e diretas

incentivo à realização de exercícios repetitivos e cumulativos


O que pode ocorrer com crianças que não são tratadas precocemente?

comprometimento do desenvolvimento escolar de forma global

insegurança e medo de novas situações

baixa auto-estima devido a críticas e punições de pais e colegas

dificuldade de utilizar a matemática no seu cotidiano

prejuízo na inserção no mercado de trabalho

menores salários

Informações sobre a pesquisa

A pesquisa “Discalculia do desenvolvimento em crianças de idade escolar: triagem populacional e caracterização de aspectos cognitivos e genético-moleculares” objetiva, principalmente, investigar a freqüência de distúrbios da aprendizagem da matemática (DAM) em crianças de ambos os sexos entre a primeira e a quinta séries do ensino fundamental da cidade de Belo Horizonte.

Como as crianças serão identificadas?



Descrição dos testes aplicado em crianças com distúrbio de aprendizagem em matemática (DAM)

O trabalho de coleta de dados será realizado nas escolas, em dependências cedidas pela direção das mesmas.

1ª etapa:

Triagem

Nas crianças selecionadas, pelos professores, por dificuldades de aprendizagem será aplicado um teste de triagem, o Teste de Desempenho Escolar (TDE).

O TDE consiste de subtestes que avaliam a leitura de palavras isoladas, o ditado de palavras isoladas e resolução de problemas aritméticos. A aplicação será realizada em grupo, empregando-se apenas os subtestes de ditado e aritmética.

2ª etapa:
Avaliação Neuropsicológica

Em todos os indivíduos do grupo [distúrbio de aprendizagem da matemática (DAM)] onde as dificuldades de aritmética forem confirmadas pelo TDE e pelos teses cognitivo-matemáticos aplicados em grupo, será realizada uma sessão de uma hora e meia de testagem neuropsicológica.

3ª etapa:

Coleta de Sangue

Caso DAM seja confirmado, a criança será submetida à uma coleta de sangue realizada por profissionais de saúde habilitados, vinculados ao Laboratório de Genética Médica e Humana do Departamento de Biologia Geral do ICB-UFMG (LGMH).

Há um comprometimento relativamente específico de habilidades conceituais numéricas em indivíduos com diversas síndromes genéticas, o que justifica a coleta de sangue nos participantes da pesquisa.

Riscos e benefícios

O estudo envolve risco mínimo para os participantes, relacionado à coleta de sangue.

Os sujeitos podem se beneficiar diretamente da participação na pesquisa na medida em que forem diagnosticados eventuais problemas de saúde ou fatores de risco com potencial para afetar seu bem estar biopsicossocial.

Caso haja suspeita de algum problema de saúde, ou sejam diagnosticadas formas de psicopatologia, os participantes e seus familiares serão orientados e encaminhados para os recursos diagnósticos e terapêuticos disponíveis na comunidade.

Participantes

O projeto possui colaboração internacional e conta com a participação dos seguintes professores:

EQUIPE DE PESQUISA

Prof. Dr. Vitor Geraldi Haase (Departamento de Psicologia, FAFICH – UFMG, coordenador)

Profa. Dra. Maria Raquel Santos Carvalho (Departamento de Biologia Geral, ICB – UFMG, pesquisadora)

Fernanda de Oliveira Ferreira M. A. (aluna de doutorado)

Profa. Dra. Carmen Elvira Flores-Mendoza (Departamento de Psicologia, FAFICH – UFMG, pesquisadora)

Prof. Dr. Marcos José Burle de Aguia r (Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina, UFMG, pesquiSador)

COLABORADORES DA ALEMANHA

Prof. Dr. Klaus Willmes (Medizinische Fakutlät, Rheinische Westphaliseche Technische Hochschule, Aaachen, pequisador)

Prof. Dr. Klaus Zerres (Medizinische Fakutlät, Rheinische Westphaliseche Technische Hochschule, Aaachen, pequisador)

Profa. Dra. Kerstin Konrad (Medizinische Fakutlät, Rheinische Westphaliseche Technische Hochschule, Aaachen, pequisadora)

Helga Krinzinger (Doktorandin, Lehr- und Forschungsgebiet Neuropsychologie an der Neurologischen Klinik der Medizinischen Fakultät der Rheinischen-Westphalischen Technischen Hochschule - RWTH Aachen).

Jan Lonnemann (Doktorand, Lehr- und Forschungsgebiet Neuropsychologie an der Neurologischen Klinik der Medizinischen Fakultät der Rheinischen-Westphalischen Technischen Hochschule - RWTH Aachen).

Dr. Guilherme Wood (Assistent, Fachbereich Psychologie, Universität Salzburg, Lehr- und Forschungsgebiet Neuropsychologie an der Neurologischen Klinik der Medizinischen Fakultät der Rheinischen-Westphalischen Technischen Hochschule - RWTH Aachen).

Os responsáveis pela coleta de dados nas escolas são alunos de iniciação científica do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento:

Diegos Las Casas

Fernanda Mata

Júlia Silva

Lucas Géo

Nikita Ceccon

Ricardo Moura

Em caso de dúvida, entre em contato com o Laboratório de Neuropsicologia:

(31) 3409 – 6295

www.lndufmg.com

ferreiraof@yahoo.com.br

fernandagmata@gmail.com

juliablsilva@gmail.com


Quem somos nós...

Somos do laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento, localizado na Universidade Federal de Minas Gerais e estamos realizando um projeto visando o melhor entendimento do diagnóstico da discalculia do desenvolvimento. Aqui procuramos explicar o conceito de discalculia e facilitar a compreensao não só do fenômeno, mas de todo nosso projeto.